De acordo com o físico, meteorologista, mestre em Meteorologia e doutor em Física Quântica, Rodrigo Cézar Limeira, outubro e novembro deverão marcar o retorno das chuvas isoladas no semiárido dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco. Tal fato deve-se primeiro ao calor em excesso, bem acima da média para a época no interior do Nordeste, que é combustível primordial juntamente com a alta umidade para a formação de sistemas meteorológicos de pequena escala, os cumulonimbus. Juntamente com isso, o fato do Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste, começar a aquecer agora, início de outubro, aquecimento fora do normal para a época, poderá colaborar também para a ocorrência de chuvas isoladas em outubro e novembro.
Em dezembro, a probabilidade de chuvas aumenta na região, e vários locais do interior dos citados estados poderão registrar precipitações significativas. Já em janeiro as chuvas serão acima da média no interior dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco.
Não é sempre que o fenômeno El Niño desfavorece chuvas na região. Em 1994, o fenomeno dominou as autas temperatudas no Pacífico Norte, surpreendendo, até mesmo, o serviço de meteorologia.
Final do ano e no mês de janeiro, com o El Niño configurado, a temperatura média do ar fica acima da média e com isso, a energia disponível para convecção, calor excessivo, pode colaborar para chuvas intensas em vários locais da região. Já entre fevereiro e maio, que correspondem a quadra chuvosa, o El Niño colabora para deixar a estação chuvosa da região bem irregular, e dependendo de outros fatores que também influenciam na estação chuvosa do semiárido nordestino, produzir quebra na safra principalmente de milho.
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