O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), fez duras críticas ao sistema de regulação de leitos hospitalares no estado, denunciando o que classificou como concentração injusta de poder por parte das prefeituras de João Pessoa e Campina Grande. Segundo ele, a forma como o sistema está organizado tem deixado pacientes de outros municípios “à míngua” e até provocado mortes por falta de acesso a hospitais de alta complexidade.
“A saúde pública que eu me refiro é a questão da regulação. Hoje, 99,9% da regulação da Paraíba está entre João Pessoa e Campina Grande. São os dois municípios que comandam, e comandam todas as regulações existentes na Paraíba”, afirmou Galdino.
O deputado ressaltou que a luta contra esse modelo centralizado é antiga e já foi enfrentada sem sucesso nos governos de Ricardo Coutinho e no primeiro mandato de João Azevêdo. Ele agora cobra que o problema seja resolvido de forma definitiva.
“Eu lembro que começou esse trabalho e essa luta, mas encerrou seu mandato e não conseguiu. No primeiro governo de João Azevedo, também se sentiu incomodado com isso, mas também não foi pra frente. Esperamos agora, aqui nesse segundo mandato dele, definitivamente resolver essa questão da regulação”, cobrou.
Para o Presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, o caso mais grave está no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, que segundo ele se tornou inacessível para a maioria dos paraibanos.
“É muito grande, como o HU, como o Metropolitano, ele tenta… outros paraibanos que não conseguem chegar a esse hospital, porque o órgão que escolhe, que regula, é a Secretaria de Saúde de Campina e a Secretaria de Saúde de João Pessoa. Então, quando os municípios têm deputados atuantes e deputados que vão pra cima, fura essa fila e consegue. A população que vive mais longe da capital, que não tem essa interrogação permanente, deve estar literalmente morrendo à míngua”, denunciou.
O presidente da ALPB também apontou um problema de redistribuição injusta dos recursos públicos para a saúde: “Os municípios da Paraíba, à exceção de Campina Grande e João Pessoa, todos os municípios contribuem. É como se fala em referencial: pega um pedaço do recurso que deveria ir para a Secretaria Municipal de cada município, ele pega esse pedaço, direciona para os municípios de Campina Grande ou João Pessoa, ou para o Estado. Só que nem Campina Grande nem João Pessoa passam um centavo para o Estado da Paraíba. Então, em tese, eles têm saúde resolvida, não repassam o recurso para o Estado, mas como eles controlam o que que tem pra atender, quem quer, colocam lá no hospitalidade, e os municípios que pagam todos os meses que é fácil. Isso é uma coisa que está ocorrendo na Paraíba.”
Adriano Galdino ainda alertou para a gravidade do que classificou como “injustiça institucionalizada” e sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação. “O HU faz de conta que faz saúde na Paraíba. Que haja talvez uma CPI pra fiscalizar. Conseguir uma vaga no HU é mais difícil do que ganhar na loteria.”
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